E para que tantos espelhos?
O que vês?
Vejo tudo e vejo nada.
É a tua alma espelhada
Reflectida ou descoberta?
Fechada e aberta.
O reflexo é o véu. Absurda contradição!
Em absoluto e lógico que não.
Viro-me de costas. Já não há dúvida?
Apenas ignoras, mas é permanente tua súplica.
E se estou a suplicar, a implorar? Não será minha a resposta?
Enquanto para ti não estiver exposta.
Minh´alma?
A pergunta.
É isso que trago. Em que minha mente afunda!
E quem sou? Por que perguntas para mim?
Porque estás aqui. Pareces que sabes enfim.
Eu sou o espelho que não reflecte a tua imagem.
És minha falta de coragem.
A cegueira.
Covardia.
A barreira.
Ignorância.
A incerteza.
És grande demais! És em abundância!
Fere-me com tua imagem.
Deixo-te de lado e sigo viagem!